Acho que a pandemia (ou a terapia?) me deixou com o choro à flor da pele. Neste final de semana uma grande amiga teve seu primeiro filho. Com mais de quarenta anos de idade, tornar-se mãe para ela era um sonho a ser realizado a qualquer custo. Vejo fotos dela no hospital carregando aquele pequeno ser e choro. O choro tem vindo fácil ultimamente, talvez porque qualquer manifestação de vida seja um sinal de esperança nos tempos enlutados que temos vivido desde Março de 2020. No mesmo dia, ouço o canto curativo de Shirley Krenak no II Encontro Internacional de Práticas Somáticas e Dança. O evento acontece no formato remoto. Eu choro de novo. Tento lembrar se estou com TPM e me certifico que não. O choro tem vindo fácil mesmo. Mais uma manifestação de vida, de escuta sensível, um sentimento de esperança de que nosso senso de comunidade ainda vai perseverar diante de tantas ações para colocar em prática uma política de morte. O calendário de vacinação foi antecipado. Marido vacina na próxima quarta-feira e só de imaginar a cena, meus olhos se enchem de lágrimas. Um carrossel emotivo tem tomado conta de mim nos últimos meses. Procuro pequenas doses de alegria e de esperança em cada momento da vida cotidiana. Domingo à noite. Abrimos uma garrafa de vinho. Assim nasce essa postagem... antes de mais uma semana de trabalho e estudos. Desejo que a próxima semana seja leve e que a vacina chegue para todos.
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Tatiana ParáArtista, professora e pesquisadora do corpo. Mestranda em Dança pelo PPGDan - UFRJ na linha de pesquisa Poéticas e Interfaces da Dança. Pós-Graduada em Terapia Através do Movimento pela Faculdade Angel Vianna. Psicóloga graduada pela Universidade da Amazônia. Professora certificada e licenciada nos métodos Gyrotonic e Gyrokinesis. Bailarina formada pela Royal Academy of Dance. Histórico
Junho 2021
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